Archive for 2013
Polaroid ao extremo: recuperando negativos de fotos Impossible PX600 Silver Shade
"Mas... negativo em uma foto Polaroid?"
Sim! Por trás da transparência há um dark slide, que é aquele fundo preto e fosco no verso. Nele fica registrado um negativo da sua foto, coberto por uma pasta de químicos reveladores e a transparência com a foto positiva na frente.
Fiz alguns testes depois e descobri que fica bom com a foto recente! Depois que a pasta branca seca (algo que leva algumas horas), ela deixa marcas no negativo e fica bem complicado de remover.
Uma pessoa fez o teste com uma foto de 2 meses de idade e comentou o seguinte. "Deixei apenas em água corrente e passei o dedo levemente, mas o negativo, por baixo da pasta, começou a criar bolhas e desgrudou". Então este post serve para fazer com fotos frescas, antes da pasta secar.
Pintura com Luz - primeira pose
Depois de assumir o vício, digo, hobby analógico e já preparar um pequeno estoque de filmes e algumas câmeras, o interesse em fazer experiências e testes tornou-se uma realidade, tanto quanto uma necessidade.
Tudo que víamos de exemplos e tutoriais já se transformava em planos e preparos. Uma coisa que sempre chamou nossa atenção eram longas exposições, seja uma paisagem, cidade com os carros passando ou algum desenho legal feito com luz.
E não tem mistério para realizar e inventar com o light painting pois tudo o que você vai precisar é de:
* Câmera analógica com modo Bulb
* Filme de ISO baixo - 100 ou 200 (Não que seja uma regra de fato, mas usando filmes mais lentos a granulação nas fotos ficará menor)
* Tripé/cabo disparador (Opcionais, mas ajudam muito na estabilização da câmera principalmente se você pretende fazer vários disparos)
* Lanternas, flash, géis coloridos, velas de aniversário que soltam faíscas, tela de celular, ou seja, qualquer objeto que produza luz e que possa ser controlado de alguma forma durante a produção das fotos.
* Um ou mais amigos para participar da brincadeira
* Tesoura sem ponta e a supervisão de um adulto
Mesa de trabalho |
Em algumas câmeras o botão disparador fica travado no modo Bulb, facilitando na hora de fotografar se você estiver sozinho. No entanto, a maioria das câmeras não possui tal característica e para isso o uso do cabo disparador é a solução. Acontece também de muitas câmeras não terem entrada para o cabo, sendo então necessário convidar um amigo/irmão/namorado-a/desconhecido(?) disposto a segurar o botão enquanto você cria as pinturas. O ideal é deixar a câmera no tripé para que fique estabilizada e na mesma posição durante todo o processo e também usar o cabo disparador pois com ele o botão ficará travado pelo tempo que você quiser.
Câmera: La Sardina Filme: Kodak Ultramax 400 Usando uma espada de brinquedo com leds coloridos |
As fotos podem ser feitas num quarto, garagem, sala, praça, rua... mas é sempre bom lembrar que quanto menos luz, melhores as fotos ficarão e o efeito mais interessante porque num ambiente totalmente escuro (sem lua, postes, etc) pode-se deixar o obturador aberto por mais tempo sem comprometer o resultado.
Nos próximos posts colocaremos como nos saímos com nossas traquinagens! E se até lá surgir alguma dúvida ou queira dar alguma sugestão, é só comentar!
O estranho filme 120
Enrolado em uma bobina, o papel vem preso com uma fita que deve ser removida completamente, para não cair pedaços dentro da câmera (a tira não aparece porque a primeira foto é de um filme usado).
Bobina plástica de filme 120 |
Repare na foto abaixo que são 3 grupos de números. Estes números são específicos para cada tamanho de foto e se alinham com a janela na câmera. São 8 fotos 6x9, 12 fotos 6x6 ou 16 fotos 6x4.5. Lembra das medidas que eu ia comentar? Então... Se sua câmera usa estes três formatos básicos, é só avançar o filme até o próximo número. Se ela usa algum formato diferente (panorâmica 6x12 presente na Lomography Belair e na Holga 120Pan, por exemplo), tem que avançar de dois em dois ou até três quadros por vez, já que a foto ocupa o espaço de duas ou mais fotos comuns. Isso varia com a câmera e recomendo que leia o manual.
Câmeras que possuem máscaras cambiáveis possuem duas janelas. Preste atenção qual máscara está utilizando para saber em qual janela olhar. Um bom exemplo é a Holga e Diana F+. Elas fazem formato 6x6 e 6x4.5 só trocando uma máscara antes de colocar o filme.
Nas fotos acima, uma carregada com filme na terceira pose e abaixo uma câmera com duas janelas, que faz 12 fotos 6x6 (superior) ou 16 fotos 6x4,5 (inferior).
Algo peculiar do filme 120 é que ele não pode ser rebobinado. O negativo é preso somente no começo do filme e se tentar rebobinar, ele embola no meio do papel. No lugar de rebobinar, ele é transferido de uma bobina para outra. Se sua câmera não possui uma bobina vazia, não tem como fotografar até você arranjar uma.
O filme é encaixado na bobina vazia do seguinte modo:
Após o começo do papel ser enrolado, a bobina é encaixada na câmera para começar a puxar o filme. A bobina encaixa na câmera através de uma trava, então é preciso um pouco de jogo para encaixar a trava e as duas bobinas presas uma a outra com papel. Isso tudo em luz reduzida por causa do risco de light leak (daí o ódio de algumas pessoas).
Fenda de encaixe no topo da bobina |
É boa prática tensionar a bobina para ficar bem fechada antes de lacrar. Faça isso segurando nas pontas da bobina plástica e puxando com força o papel para enrolar bem. O lacre da Kodak tem aquela "cola de envelope" que precisa ser lambida para funcionar e o lacre da Fuji é auto-adesivo, deixando o processo mais simples.
Uma vez lacrado, eu recomendo colocar em um tubinho escuro ou até embrulhar em papel alumínio. Como mencionado acima, tem muito menos papel no final do filme que no começo, então o risco de light leak é maior.
Tomando os devidos cuidados com a bobina antes e depois de colocar na câmera, as fotos são maravilhosas! O negativo grande é uma vantagem para reduzir a granulação e permitir ampliações maiores.
Comparando com o filme mais comum atualmente (o 35mm ou 135), a área maior também significa uma diferença nas lentes. Uma lente feita para projetar em filme 135 não serve em câmeras 120.
Também há uma questão de equivalências nas distâncias focais. Uma lente 50mm (a mais conhecida por ser semelhante ao nosso jeito de olhar) é equivalente a uma 80mm em médio formato. Então se sua câmera tem lente 50mm e é de médio formato, ela possui lente grande angular! É preciso saber esta equivalência quando se tem uma câmera com lentes cambiáveis. Ao comprar uma lente nova, se procura uma teleobjetiva de curto alcance, precisa comprar acima de 100mm, algo que em termos de 35mm seria uma tele de longo alcance.
Em um próximo post eu comento sobre os filmes mortos... filmes de médio formato que foram descontinuados e se é possível adaptar com facilidade ou não.
Origens
Cobertura da Expoagro de 1955, feita pelo meu avô. |
Em contato constante com tanto talento e paixão por fotografia, obviamente meu pai entrou para o maravilhoso mundo fotográfico ainda adolescente, nos anos 1960. Morando no Rio de Janeiro na década de 1970 e 1980, chegou ao ponto de revelar e ampliar em casa!
Sony Cyber-Shot DSC-F717, a primeira digital da minha família. |
Que rolo é esse?
E então que de repente o que era um interesse passou a ser vício! E desses que mudam rotina e tudo mais! Desses que as pessoas ouvem e, ou acham super legal ou acham super estranho. Sim, querido leitor, sou um Analógico Nem-Tão-Anônimo!
Nutro essa obsessão por fotografia analógica - câmeras, filmes, revelação, experimentos; por lápis de cor; por livros impressos e não digitais, por cadernos artesanais...
Yashica MF-1, na família desde o começo dos anos 80! |
Aí o tempo passou, os filmes ficaram menos comuns - assim como os lugares onde são revelados, comprei uma câmera digital e mesmo depois, digamos que há uns 5 anos, continuava interessado por fotografia, mas me divertia usando meu celular.
Até que de repente, em 2011... pimba! Vi por acaso uma matéria em uma revista sobre um tal segmento fotográfico que estava ganhando destaque: a Lomografia. Câmeras diferentes, várias ideias e fotos malucas, filmes e modificações! Era um mundo, com o perdão do trocadilho, se revelando pra mim! Fiquei alucinado lendo todo o site da Lomography Internacional, porque nem existia em português ainda, namorando câmeras e já fazendo planos.
Acompanhando-me nessa loucura estava meu estimado companheiro Rodrigo, que também vai escrever por aqui, outro aficionado por câmeras e fotos e afins!
Picados pelo bichinho da vida analógica, iniciamos nosso vício em maio de 2012 com uma câmera da Lomography - a queridíssima Diana Mini. Mas essa já é história pra outro post.
Então o negócio é esse: aqui vamos colocar um pouco das nossas aventuras e desventuras por esse mundo tão vasto de possibilidades que é a fotografia analógica e seus derivados. Vamos contar sobre as câmeras que compramos, os acessórios, os experimentos, as descobertas, as pessoas e blogs que conhecemos a partir do momento que entramos nessa viagem!
Portanto, acompanhe nosso blog e fique ligado nos cliques que daremos por aqui!